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Somente extremistas e "islamofóbicos" dizem que a "Jihad"está relacionada à violência?

Somente extremistas e islamofóbicos dizem que a “Jihad” está relacionada à violência?
8 de JULho de 2017 - Por ROBERT SPENCER

Na onda da declaração de “Jihad” contra o Presidente Trump, feita pela ativista muçulmana norte-americana Linda Sarsour, é que os supremacistas islâmicos e os esquerdistas adotaram a narrativa de que “somente grupos terroristas e islamofóbicos afirmam que a Jihad está relacionada à violência”.

O membro do CAIR (Conselho de Relações Islâmicas na Américas), ligado ao grupo terrorista palestina Hamas, Hussam Ayloush, disse a mesma coisa, num outro tweet:

Não é coincidência que ambos, o Estados Islâmico e os islamofóbicos representam falsamente a Jihad como terrorismo? Não, os dois grupos buscam a guerra global de civilizações”

A clara intenção aqui é, não só intimidar as pessoas para que não acreditem que a Jihad envolve violência, e incutir-lhes o medo de serem acusadas de associar-se a “grupos de ódio”, mas também de associar os inimigos do terror jihadista a esses mesmos grupos, estigmatizando assim a resistência ao terror jihadista como “extremistas da ultradireita”.

Só tem um obstáculo a esse objetivo: a verdade. Alguém pode facilmente ter a percepção de que a Jihad envolve violência, não só por meio de terroristas e “islamofóbicos”, mas também de autoridades islâmicas do ramo “sunita”, as escolas de jurisprudência sunita (madhahib):

Escola Shafi’i: Um manual da Escola Shafi’i de legislação islâmica, certificado em 1991 pelos clérigos da Universidade Al-Azhar [Cairo, Egito], uma das mais respeitadas do mundo islâmico, como “confiável guia para a ortodoxia Sunita”, estabelece a respeito da Jihad que o califa declara guerra contra Judeus, Cristãos e Zoroastristas... até que eles se convertam ao Islã ou paguem o tributo dos não muçulmanos (Jizya).

Acrescenta um comentário do Xeique Nuh Ali Salman, um especialista jordaniano em jurisprudência islâmica: “o califa declara essa guerra somente depois de assegurar-se ter sido feito o convite [aos Judeus, Cristãos e Zoroastristas] a aderiram ao mundo social do Islã, na fé e na prática, pagando o tributo dos não muçulmanos (Jizya) … enquanto permanecerem praticando suas religiões ancestrais.” (‘Umdat al-Salik, o9.8).

É claro que não existe um califa atualmente, a não ser para quem acredita na declaração do Estado Islâmico de que Osama [Bin Laden] e a al-Qaeda praticam a Jihad ilegitimamente, por não terem a autoridade formal [califado] para autorizarem a Jihad.

Mas explicam as ações deles em termos da Jihad defensiva, que não necessita de autoridade formal [califado] para estabelece-la e se torna “obrigatória para todos” (‘Umdat al-Salik, o9.3) se um país muçulmano é atacado. A finalidade da Jihad defensiva, no entanto, não é a pacífica e igualitária coexistência com não muçulmanos: ‘Umdat al-Salik especifica que a guerra contra os não muçulmanos deve continuar

“até o retorno final de Jesus [o Profeta do Islã e não o Jesus Cristo] e depois disso nada a não ser o Islã será aceito deles, porque o pagamento do tributo 9Jizya) só é válido até o retorno de Jesus” (o9.8).

Escola Hanafi: O manual de legislação islâmica da Escola Hanafi repete as mesmas injunções. Insiste que as pessoas devem ser chamadas a abraçarem o Islã antes de serem combatidas, “porque o Profeta assim instruiu seus comandantes, orientando-os a chamaram os infiéis a submeterem-se à [verdadeira] fé.” Enfatiza que a Jihad não deve ser praticada para ganhos econômicos, mas somente por razões religiosas:

“Com o convite ao Islã, as pessoas então perceberão que estão sendo atacadas em nome da religião e não para tomar as propriedades delas, ou para escravizar suas crianças e com essas considerações é possível que elas sejam induzidas a atenderem ao chamado, para poupar as próprias vidas das atribulações da guerra.”

Entretanto, “se os infiéis, depois de receberem o chamado, não consentirem ou não concordarem em pagar o tributo (Jizya), é obrigatório aos muçulmanos clamarem pela assistência de Allah e declarar guerra a eles, porque Allah ajudará àqueles que O servem e destruirá os inimigos Dele, os infiéis, e é necessário implorar Sua ajuda em todas as ocasiões; além de tudo, o Profeta comanda fazer assim.” (Al-Hidayah, II.140)

Escola Maliki: Ibn Khaldun (1332-1406), um historiador pioneiro e filósofo, foi também um teórico Maliki. Em seu renomado “Muqaddimah”, o primeiro trabalho sobre teoria histórica, ele cita que “na comunidade muçulmana, a guerra santa é uma tarefa religiosa, por causa da universalidade da missão muçulmana e (obrigação de) converter todos ao Islã, ou por persuasão ou pela força.” No Islã, a pessoa no comando dos assuntos religiosos deve também ocupar-se com o “poder político”, porque no Islã “é obrigatório conquistar o poder sobre outras nações.”

Escola Hanbali: O grande teórico medieval do que é comumente conhecido atualmente como Islã radical ou fundamentalista, Taqi al-Din Ahmad Ibn Taymiyya (1263-1328), foi um jurista Hanbali. Ele estabeleceu que “como a guerra legítima é essencialmente a jihad e como o objetivo dela é que a religião de Allah e a palavra de Allah esteja acima de tudo, e assim, de acordo com todos os muçulmanos, aqueles que permanecem no caminho desse objetivo devem ser combatidos.” Esse é também o pensamento dos eruditos islâmicos atuais.

Majid Khadduri foi um erudito iraquiano da legislação islâmica de renome internacional. Em seu livro “Guerra e Paz na Legislação do Islã”, publicado em 1955, permanece com um dos mais lúcidos e iluminados trabalhos no assunto, Khadduri declara sobre a Jihad:

O estado considerado como instrumento para universalização de uma determinada religião deve ser necessariamente em permanente estado de expansão. O estado islâmico, cuja principal função é colocar em prática a lei de Allah, procura estabelecer o Islã como a ideologia reinante sobre o mundo inteiro... A Jihad é assim empregada como um instrumento natural para ambas, a universalização da religião e o estabelecimento de um estado imperial mundial.” (P. 51)

Imran Ahsan Khan Nyazee, Professor Assistente da Faculdade da Shari’ah [Lei Islâmica] da Universidade de Islamabad [Paquistão], em seu livro publicado em 1994, “A Methodology of Ijtihad” [Metodologia de Reflexão Interior], ele cita a décima segunda centúria do jurista Maliki, Ibn Rushd,

“Os juristas muçulmanos concordam que o propósito de combater o ‘Povo da Bíblia’ [Judeus e Cristãos]... é uma de duas coisas: a conversão deles ao Islã ou o pagamento da ‘Jizya’ [tributo dos não muçulmanos]”. Nyazee conclui: Isso não deixa a menor dúvida sobre que o objetivo principal da comunidade muçulmana, aos olhos dos juristas, é disseminar a palavra de Allah por meio da Jihad, com a opção do pagamento do tributo [Jizya] somente depois da subjugação total dos não muçulmanos”.

Tudo isso deixa claro haver abundantes razões para concluir que a “Jihad” envolve violência, sem sequer precisar referir-se a ambos, “terroristas” ou “islamofóbicos”. Mas Mehdi Hasan e Hussam Ayloush nunca dirão isso a vocês.
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O texto original, em inglês, pode ser lido no link abaixo:
Twitter: @spacelad43
Contato: spacelad43@gmail.com






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