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A ONU e o Problema da Palestina - Alan Dershowitz

A ONU e o Problema da Palestina – Alan Dershowitz
(22/09/2011)

Uma importante razão pela qual não há paz no Oriente Médio pode ser resumida tragicamente em duas letras: UN [Nações Unidas].

Aquele edifício, em teoria, dedicado à Paz, tem facilitado o terrorismo e ficou omisso a genocídios, propiciou palanques a negadores do "holocausto" e desincentiva os palestinos a negociarem uma razoável “solução com dois países".

Vamos voltar ao dramático ano de 1975, enquanto de 2 a 3 milhões de cambojanos eram assassinados [pelo ditador comunista] Pol Pot, as Nações Unidas dedicavam todo o seu tempo debatendo se o "sionismo" era "racismo". Não dedicou uma única sessão para tentar parar aquele derramamento de sangue no Camboja. Pense sobre isso...

Pense no que aconteceu várias décadas depois, enquanto genocídios aconteciam em Ruanda e Darfur [na África], as Nações Unidas debatiam sobre a construção de casas na margem oeste [do Rio Jordão].

Pense com quanta frequência os direitos das mulheres, os direitos dos gays e os direitos de minorias são ignorados porque as Nações Unidas declaram: "não temos tempo para esses direitos menores, temos que concentrar-nos no maior opressor do mundo, apontando Israel”. As Nações Unidas têm encorajado o antissemitismo, racismo e fanatismo.

Quero enfatizar o fato das Nações Unidas, durante mais de 40 anos, ter recompensado o terrorismo palestino ao elevar o status da Palestina, enquanto Yasser Arafat e o [grupo terrorista] Hamas estavam abertamente advogando e implementando assassinatos de civis Judeus, como matéria de política governamental. Isso não foi acidental, isso foi a política governamental da Organização para Libertação da Palestina (OLP), da Al-Fatah e do Hamas.

Ainda assim, enquanto eles matavam e assassinavam, violando a Carta das Nações Unidas, vimos o gradual aumento em vários degraus importantes até o ponto em que os Palestinos tornaram-se os virtuais "donos" das Nações unidas.

As Nações Unidas se tornaram o principal braço advocatício de um grupo de gente, os palestinos, negligenciando assim os direitos de tantos outros povos, sejam eles os Kurdos, Armênios, Tártaros, Chechenos e tantos outros, que estão sendo brutalmente reprimidos

E agora haverá uma votação nas Nações Unidas. Essa votação acontecerá e dezenas de países que não reconhecem o direito de existência de Israel. Não estou falando do Estado do Povo Judeu, que os palestinos não reconhecem, falo do não reconhecimento do direito de existência de Israel.

Essas nações vão votar e o voto será descrito como a implementação da "solução com dois países". Como pode ser implementada a "solução de dois países", se tantos países que votam não reconhecem a existência do outro país? 

Esses países, que não reconhecem Israel, não estarão votando na "solução com dois países" para o conflito entre Israel e Palestina, eles estarão votando por uma "solução final" para o "problema do Estado Judeu". Essa é a verdade.

Reivindico aqui hoje que nenhum país que se recuse a reconhecer Israel tenha o voto dele contabilizado nas Nações l Unidas no reconhecimento da Palestina, porque o voto é para ser parte de uma votação em favor de uma "solução com dois países"!

Então, como a Arábia Saudita pode votar? Como outros tantos países podem votar em favor da "solução com dois países", se não querem sequer votar em um país que supõe-se fazer parte daquela "solução com dois países"? Que hipocrisia incrível...

As Nações Unidas, enquanto tanto exige de Israel, nunca, jamais faz qualquer exigência da gente palestina ou da OLP ou do Hamas ou de qualquer aspecto da "causa palestina".

Desafio vocês a encontrarem qualquer documento das Nações Unidas que demande aos palestinos a fazerem A, B, C ou D. Eles simplesmente não existem...

Por que haveriam os palestinos de comprometerem-se para obterem o reconhecimento quando ele é concedido pelas Nações Unidas sem necessidade de comprometimento?

Seria absurdo para os palestinos, em interesse próprio, comprometerem-se quando as Nações Unidas lhes dizem: "nós lhes daremos tudo o que quiserem, sem compromissos". Por que os palestinos mudariam sua Constituição autoritária?

Quantos aqui nas Nações Unidas sabem que a Constituição Palestina estabelece haver uma única religião oficial: o Islã e declara que a fonte primária de legislação na Palestina será a Lei Islâmica Sharia?

Imagine o que será dos direitos dos gays, imagine o que será dos direitos dos Cristãos. Felizmente ou infelizmente, o assunto do que será dos direitos dos Judeus na Palestina é omissa porque os Judeus não serão bem-vindos na nova Palestina como cidadãos iguais, na forma como árabes e muçulmanos são bem-vindos a Israel como cidadãos iguais pela lei vigente.

Isso nunca acontecerá [na Palestina] porque as Nações Unidas não demandam. Por que teriam os palestinos de esclarecer, a declaração do embaixador deles, se ninguém está sequer pedindo a ele para aceitarem Judeus? Ninguém sequer está pedindo a eles a apresentarem uma face democrática ao mundo... "pare, eles estão falando de uma democracia secular", dizem. 


Eles falam ao Ocidente sobre democracia secular. Não é isso que eles dizem ao povo deles!

O que eles dizem ao povo deles é que será um país governado pela Lei Islâmica Sharia. Um país onde os Judeus serão expulsos.

Um país, que terá uma lei com "direito de retorno" [para onde os ancestrais residiam antes de 1967, onde agora é Israel], feita pela mesma gente que condena Israel como racista por ter uma "lei de retorno" [para a antiga Judéia, hoje Israel]. A incrível hipocrisia e "duplo-padrão" que ouvimos pronunciarem todos os dias naquele prédio [da ONU].

Por que teriam os palestinos que negociar a chamada "troca de terras" repetidamente oferecida por Israel, recentemente descrita como de "artigo oposto", pelo ex-Ministro [Ehud] Olmert, se eles podem ter as fronteiras de antes de 1967 [Guerra dos seis dias] como ponto inicial e talvez como ponto final...

Vou esclarecer o que isso significa. Todos dizem que as fronteiras "pré-1967", com acordo sobre as trocas [de terras]. Vou dizer a vocês, conversei com o Primeiro-Ministro antes, sobre esses acordos sobre trocas. O que ele disse é muito interessante, ele disse foi:

"É verdade que queremos as trocas, mas o que é a terra?" Existe somente um critério sobre o valor das terras: localização, localização, localização!” Ele conhece as leis dos Estados Unidos.

Ele acrescentou: "Qual é o pedaço de terra mais valioso da face da terra"? É o centro de Jerusalém, onde está o muro ocidental [das lamentações]. Eles querem o muro ocidental de volta? OK! Terão que nos dar 10 mil propriedades para ter algumas propriedades [dunnam] da Terra Santa”.

“Você quer ter acesso à Universidade de Hebron, que pelas fronteiras pré-1967 pertenceriam agora à Palestina? OK. Daremos isso de volta e você tem que nos dar em troca milhares e milhares de acres [de terra].  Querem o quarteirão Judeu?”

Eles dizem: "Vocês não têm direito ao quarteirão Judeu, ele é parte da pré-1967 Jordânia. Assim, nós recebemos o quarteirão Judeu, nós recebemos”, os palestinos estão dizendo, "nós recebemos acesso à rodovia para Jerusalém, nós recebemos o muro ocidental e então talvez nós negociemos com vocês '.

[E Israel fica]com esses três mais sagrados da vida dos Judeus reféns de uma negociação. Quem alguma vez imaginou iniciar uma negociação a partir desse ponto? Começar uma negociação com Israel sequer ter acesso a seus mais locais mais sagrados e ter que barganhar para ter isso...

A ideia de começar com as fronteiras pré-1967, com possível acordo mútuo sobre trocas [de terras}? Qual seria o acordo mútuo depois disso? Um dos lados não concorda e não há trocas! Então, tudo termina onde começou [antes de 1967]...

Por que iriam os palestinos abrir mão deles, se podem esse tipo de reconhecimento? Então, por que os palestinos aceitariam um país desmilitarizado?

Hoje, em seu artigo, o ex-Ministro Olmert, mencionou que na oferta dele o país teria de ser desmilitarizado e os palestinos agora estão se negando a aceitar isso. Por quê? Porque as Nações Unidas não insistiram que seria um país desmilitarizado.

Pelo que concerne às Nações Unidas poderia ser completamente militarizado! Com tratados com o Irã, com tratados com outros países comprometidos com a destruição de Israel.
Por que os palestinos insistem no absurdo e imoral "direito de retorno" para Israel, em vez de retornarem para um Estado Palestino? Porque as Nações Unidas apoiam essa "condição de fim da paz". Não pode haver paz se houver completo "direito de retorno", porque o "direito de retorno" é a maneira de tornar Israel em mais um país islâmico fundamentalista palestino.

Não pode haver paz sem o mútuo compromisso e as declarações das Nações Unidas são inimigas de compromissos. 

Isso foi o que ele disse: "A Paz não acontecerá por declarações e resoluções nas Nações Unidas" e poderia acrescentar "porque as ações Unidas não têm autoridade moral no que toca a Israel, ou ao povo Judeu ou à nação Judaica". Simplesmente não têm!

Com ousam países como a Arábia Saudita, Cuba, Venezuela, Zimbábue, Irã, Barein, Síria, Belarus e outras tiranias, muito numerosas para citar. Mas se quiser ver a lista é só ir ao prédio ao lado. Leia a lista de países e verá que mais da metade deles preenchem a definição de tiranias autoritárias. Como ousam essas tiranias dar lições à Israel sobre direitos humanos? Como ousam países como a Turquia que ataca sua própria minoria curda, e a minoria armênia?

Ninguém reconhece a necessidade de um único padrão neutro de direitos humanos? Os direitos humanos se tornaram a arma preferida daqueles que praticam "abusos humanos"?

O minúsculo Israel contribuiu mais para o progresso do mundo, mais para o bem-estar do mundo, mais para a esperança de paz, do que quase todas as nações juntas sentadas naquele edifício da ONU.

                                                   Alan Dershowitz

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Este texto foi extraído parcialmente das legendas deste vídeo do Youtube de uma conferência realizada em 22/09/2011, nas Nações Unidas (Durban III Counter-Conference).


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