Racionamento de Água no DF: Identificados os Culpados
(03/03/2017)
Hoje, 3 de março de 2017, um aviso no elevador do edifício onde moro
anuncia que o racionamento
de água chegou às residências das elites de Brasília, os moradores
das Asas Sul, Norte e Setor Sudoeste. É provável tratar-se de um feito inédito
em todo o mundo, pois o DF está em plena época das chuvas, com frequentes
temporais, como pode ser visto neste
vídeo.
Como estamos em plena época das chuvas, de quem seria então a
responsabilidade pela falta de água potável para a população?
Quem assiste televisão ou lê os jornais brasileiros de grande circulação
fica com a impressão de estar muito clara a razão do racionamento de água,
elegendo culpados e inocentes.
OS CULPADOS:
Segundo o governo do DF e os principais veículos de comunicação de
massas, os responsáveis já foram identificados.
Uma das principais responsáveis é uma senhora humilde, moradora de
cidade satélite de Taguatinga, filmada lavando o seu carro com uma mangueira,
para remover o barro acumulado ao passar pelas ruas sem asfalto para chegar à
residência dela.
Outro culpado é um comerciante da Asa Sul, flagrado lavando a calçada em
frente à sua loja, para remover a sujeira deixada pelos foliões carnavalescos,
que emporcalharam a calçada na noite anterior.
Uma senhora também confessou a culpa dela por ter deixado desregulada a
descarga do vaso sanitário, o que fez aumentar o consumo de água. Donas de casa
que lavam as roupas sujas com frequência também são responsáveis pela calamidade.
Quem lava louça suja todos os dias também tem grande culpa.
Um agricultor de origem japonesa também foi responsabilizado porque na
época da seca usa água para irrigar sua pequena plantação de alfaces. Agora não
usa porque está chovendo muito e até esta estragando a lavoura dele.
Culpados também foram os dirigentes do Regime Militar, que só construíram
barragens suficientes para uma população de até 2 milhões de habitantes, quando
o DF tem agora quase 3 milhões. Foram tão irresponsáveis porque planejaram e
não concluíram a Represa do Rio São Bartolomeu antes de entregarem o poder aos
civis.
Ah, e o principal culpado de todos eles é São Pedro, que, irresponsavelmente,
não aumentou a quantidade de chuvas para compensar o aumento de consumo por
parte da população, que passou de menos de 700 mil habitantes na década de 1970
para 2,8 milhões agora em 2017.
O Governador Joaquim Roriz também é culpado, pois prevendo a necessidade
de mais reservatórios de água, construiu em 2006 a Represa Corumbá IV e não providenciou o transporte de água pelos 50
quilômetros que separam Brasília de Luziânia, onde está o reservatório, com
tamanho três vezes maior que o Lago Paranoá.
OS INOCENTES:
Ainda segundo o governo e os principais meios de comunicação,
não há como responsabilizar o governo do DF pelo racionamento de água, pelas
razões apontadas adiante.
Sucessivos governos tinham preocupações sociais muito mais importantes e
nada fizeram para suprir a necessidade adicional de água, porque confiaram que
os governos do Regime Militar e o de Joaquim Roriz, teriam tomado todas as providências
para o suprimento de água por meio século, pelo menos, como é costume ser feito
no Brasil.
O atual governador, Rodrigo Rollemberg, por exemplo, tão logo assumiu o governo, em 2015, tomou uma medida superimportante e prioritária para a população do DF: mudou o nome da ponte Costa e Silva.
O atual governador, Rodrigo Rollemberg, por exemplo, tão logo assumiu o governo, em 2015, tomou uma medida superimportante e prioritária para a população do DF: mudou o nome da ponte Costa e Silva.
A VERDADE:
Os governadores que sucederam a Roriz foram: Maria de Lourdes Abadia
(2006-2007), José Roberto Arruda (2007-2010), Rogerio Rosso (2010-2011), Agnelo
Queiroz (2011-2015) e o atual governador, Rodrigo Rollemberg. Nenhum deles se
preocupou em concluir as obras de pequena complexidade de trazer a água para o
abastecimento de Brasília.
O governo anunciou
que o racionamento seria feito um dia por semana, em diferentes regiões, porém
isto é mais uma mentira. Segundo a tabela anexa, o racionamento é feito de seis
em seis dias.
No meu bairro
começou num sexta-feira e na semana seguinte numa quinta-feira, depois na
quarta-feira e assim por diante. E ainda demora mais um ou dois dias para voltar
ao normal, por causa do enchimento gradual das tubulações para evitar
rompimentos.
Como o atual governador é bastante incompetente, está jogando a culpa
sobre a população e ao governo de Goiás, que não concluiu a parte de
responsabilidade dele na obra. Só que o governo do DF também não concluiu os 15
quilômetros de aquedutos de sua responsabilidade.
Num raio de 100 quilômetros em volta de Brasília existe água estocada
suficiente para abastecer uma população de pelo menos três vezes os 3 milhões de habitantes do Distrito Federal, falta apenas a vontade e a capacidade de
trazê-la para cá.
Os principais responsáveis pelo racionamento de água não estão levando a sério a necessidade de redução do consumo, conforme pode ser visto nesta reportagem.
Os principais responsáveis pelo racionamento de água não estão levando a sério a necessidade de redução do consumo, conforme pode ser visto nesta reportagem.
Os romanos, há mais de 2000 anos, conseguiam construir aquedutos para transportar água de distâncias superiores a 600 quilômetros, em terreno irregular e rochoso, com tecnologia considerada primitiva pelos padrões atuais.
Os dirigentes do DF acalentam dois grandes sonhos a realizar: o primeiro
deles é o racionamento do fornecimento de água e o segundo é estabelecer o
rodízio de carros.
Um deles já está sendo realizado com muito sucesso e do jeito que
administram, logo, logo vão conseguir realizar também o segundo.
A causa do racionamento de água não é o aumento da população; não é o
desperdício; não é a falta de chuvas. A causa do racionamento é o pouco caso
que os políticos fazem das prioridades da população
Luigi B. Silvi
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Contato: spacelad43@gmail.com
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