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Ainda não “caiu a ficha” da imprensa brasileira

Ainda não “caiu a ficha” da imprensa brasileira
(14/11/2016)

É verdade que até a madrugada de 9/11/2016, quase todo o mundo ainda achava que Hillary Clinton ia vencer as eleições norte-americanas facilmente, dada a quantidade de notícias da mídia mundial prevendo a vitória dela. Eu fui dormir na noite anterior certo de que Donald Trump sairia derrotado.
 
Uma semana depois da vitória retumbante de Donald Trump sobre Hillary Clinton, a imprensa norte-americana e internacional, já dão sinais claros de haverem assimilado a vitória de Trump.

Admitem que haviam errado por não terem captado os sinais provenientes das redes sociais sobre os votos dos latinos e das mulheres brancas, onde os democratas esperavam ter votos suficientes para dar-lhes a vitória, além do mérito do próprio Trump ao levar uma mensagem que o povo norte-americano esperava.

Repórteres entrevistavam eleitores dos dois partidos e chegavam à conclusão de que eles estavam cansados das mentiras de Hillary e de seu comportamento leviano e criminoso, com suas conexões com o terrorismo muçulmano, além do escândalo, revelado pelo Wikileaks, dos e-mails de quando era Secretária de Estado, armazenados levianamente em seus computadores particulares.

Jornalistas brasileiros ainda estão dando destaque a notícias sobre petição online pedindo que os delegados revertam seus votos na solenidade de 17/12/2016, para obter os 270 votos necessários para a vitória a Hillary.  Nas eleições de 8 de novembro, Trump obteve 306 votos e Hillary apenas 232. Falam esperançosos da petição já contar com mais de 3 milhões de assinaturas de todo o mundo.

No programa “Globo News Painel” de 12/11/2016, William Waack parecia emocionalmente abalado com o inesperado resultado e alertava os entrevistados sobre os riscos de Trump ter em mãos tantos poderes, principalmente se fosse cumprir o que prometera na campanha eleitoral.

No programa “Clube dos Correspondentes” de 13/11/2016, a âncora dava ênfase aos violentos protestos dos adversários de Trump e que isso poderia ter algum tipo efeito até 20/01/2017, data em que Trump tomará posse. Ela falava como tendo esperança de reversão do resultado.

Que os tradicionais jornalistas da esquerda não engulam a vitória de Trump, era de esperar, porque até agora, seis meses depois do impeachment dela, ainda não engoliram que a demissão da Dilma é definitiva e ainda fazem de tudo para que ela volte e que Lula não seja preso.

O que eu não esperava é que jornalistas tradicionais de direita, que eu considerava sérios como William Waack, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Merval Pereira e outros, ainda não tenham visto a “ficha cair”.

Trump venceu a eleição por mérito dele, mas teve grande ajuda da arrogância dos democratas, influenciados pela imprensa que haviam comprado, que já estouravam champanhe comemorando a vitória, antes mesmo da contagem dos votos, pois as pesquisas indicavam a vitória de Hillary, com boa margem.

O jornal G1 alardeia que Trump deportará 3 milhões de imigrantes imediatamente após tomar posse, quando o que Trump realmente disse foi que “examinará a situação dos imigrantes ilegais e deportará os que tiverem antecedentes criminais ou ligações com o terrorismo”. Nunca disse ser contra imigrantes, disse achar injustos que imigrantes ilegais tenham tratamento melhor dos imigrantes que aplicam seus pedidos de imigração dentro das normais legais do país.

Outros jornais brasileiros também dão ênfase à notícia da deportação de imigrantes, como o Estadão com sua manchete bombástica dizendo que Trump diz que deportará 3 milhões de imigrantes, sem escrever na manchete tratar-se de imigrantes ILEGAIS. Outras dezenas de jornais e colunistas estão dando a mesma notícia.


Alguns menos enviesados até mencionam lá dentro da matéria tratar-se de imigrantes ilegais criminosos, mas a maioria deles não distinguem vêm diferença entre imigrantes, imigrante ilegal, imigrante ilegal criminoso ou terrorista. Para eles é tudo a mesma coisa.

Tem razão o jornalista russo Dmitry Kyseliov, quando diz que a era do jornalismo neutro acabou e no caso brasileiro tem razão a jornalista Gioconda Brasil ao dizer que não houve cobertura das eleições norte-americanas, mas sim apenas torcida pela Hillary Clinton,

Até hoje atribuem a Trump qualidades monstruosas e a Hillary qualidades maravilhosas, quando a realidade é bem diferente. O monstro aqui é Hillary e não Trump.


                                                                                                 Luigi B. Silvi

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