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Todos os Regimes Coletivistas Fracassaram, Exceto Um

Todos os Regimes Coletivistas Fracassaram, Exceto Um
(11/12/2016)

Introdução
Coletivismo é uma ideologia para a qual os bens de produção e consumo devem ser igualmente distribuídos a cada um dos membros da coletividade, independentemente do valor de sua contribuição para produzi-los.

É baseado na crença de que todos os indivíduos devem ter comportamento semelhante e o Estado tem a função de regulamentar os tipos de comportamentos adequados e de prover tudo o que os indivíduos necessitam, em troca de sua lealdade, submissão, engajamento político, obedecendo incondicionalmente as orientações e ordens de alguns indivíduos que lideram a ideologia.

Os integrantes desse grupo também acreditam que o benefício ao Estado pode justificar quaisquer meios e ações necessárias para alcançar seus objetivos, mesmo aqueles contrários à boa ética e moralidade, sempre que os benefícios para a coletividade forem superiores aos sacrifícios de alguns indivíduos.

Corrupção, suborno, coação, opressão e até mesmo assassinatos, massacres e genocídios, podem ser justificados quando usados em benefício da expansão da ideologia.


Outra característica comum a esses grupos é que são hegemônicos, isto é, não admitem quaisquer convivências com outros grupos, inclusive com os demais grupos coletivistas. Defendem a existência de um único Estado; um único Partido; um único Governo; uma única Religião e um único Deus (às vezes o próprio líder).

Iniciativas e ações individuais, fora das orientações do Estado, são severamente reprimidas e punidas. Cidadãos são proibidos de possuir armas.

Interessam-se pela criação de coligações regionais, territoriais, comerciais e políticas, para facilitar a conquista da hegemonia global, seu objetivo final.

Geralmente são inspirados e criados por líderes carismáticos visionários, que imaginam terem a missão de expandir os benefícios do regime para outros países até que todos estejam subjugados e “felizes”.

Os principais representantes atuais desses grupos, embora com diferentes abordagens e ênfases, são os comunistas, socialistas, fascistas, nazistas e islâmicos. Convém registrar que o único regime 100% coletivista é o comunismo original. Os demais fazem concessões à realidade e só o adotam integralmente na doutrina política.


COMUNISMO
O primeiro regime coletivista moderno foi implantado na Rússia, no período após a primeira grande guerra mundial, ocorrida no período de 1914 a 1918. A grande crise que se abateu sobre os países da Europa Oriental facilitou a implantação do comunismo naquela região, forçando a maioria dos países a fazerem parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).


O comunismo soviético teve forte inspiração nos escritos de Karl Marx, um filósofo, sociólogo, jornalista e revolucionário socialista, nascido na Prússia (no leste da atual Alemanha), em 1818, tornou-se apátrida e passou a maior parte de sua vida na Inglaterra.

Foram vários os dirigentes carismáticos criadores do comunismo marxista-leninista soviético, dos quais destacam-se Lenin, Trotsky e Stálin. Terras e propriedades foram confiscadas para implantação de entidades de gestão coletiva, com estabelecimento dos tipos e quantidades de produtos que cada organização podia e devia produzir e colocar à disposição do Estado para distribuição à população. No interesse do Estado, comunidades inteiras foram deslocadas à força para regiões que necessitavam sua mão de obra.

Para garantir a sobrevivência do comunismo, calcula-se que o regime soviético tenha assassinado mais de 35 milhões de pessoas a partir de 1918 até ser extinto em 1991, devido a seu grande fracasso econômico e social.

Um dos exemplos mais brutais de regime coletivista aconteceu no período de 1968 até 1975, no Camboja, com a implantação do regime comunista do Khmer Vermelho do ditador Pol Pot, que exterminou comunidades inteiras, assassinando praticamente todos os intelectuais, esportistas, professores, religiosos e opositores, com o objetivo de começar uma nova civilização coletivista a partir do zero. Assassinou mais de 2 milhões de pessoas.


Em 2016 existem ainda vários países com regimes comunistas, entre os quais a China, Cuba e Coreia do Norte. Outras ditaduras comunistas são disfarçadas como sendo “regimes socialistas”, como a Venezuela, Nicarágua e alguns países africanos. São regimes em franca decadência ou em processo de adaptação ao mundo capitalista global. Em todos os países comunistas os cidadãos comuns foram proibidos de possuir armas, com punições muito severas para os infratores.

O comunismo chinês, sob Mao Tse Tung assassinou mais de 80 milhões de pessoas no período de 1949 a 1976.

A China vem adaptando seu regime comunista, tornando-o híbrido, com um sistema político rigidamente comunista, mas com sua economia cada vez mais capitalista. Iniciativas individuais na produção de bens e serviços já não são mais proibidas. Foi criada até uma bolsa de valores, onde os cidadãos podem investir seus excedentes de rendimento, coisa impensável num regime comunista tradicional.

Totalizando as vítimas dos principais regimes comunistas no período de 1922 até 2016, estima-se terem sido assassinadas mais 150 milhões de pessoas.


FASCISMO
O principal regime fascista foi implantado na Itália em 1922, por Benito Mussolini, com o argumento que para sair da grave crise causada pela guerra, a nação precisava ser unificada sob um governo forte e totalitário, capaz de promover a mobilização do povo para aumentar a produção de bens e serviços para o bem-estar da população.


O fascismo tomou emprestadas teorias e terminologias do comunismo socialista e aplicou-as justificando serem para acabar com os privilégios e divisões de classes dentro da nação.

O símbolo do fascismo é um feixe de varas e o lema é “Tudo no Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”.

A Itália aliou-se a outro regime coletivista, o Nazismo alemão, perdeu a guerra e teve seus principais dirigentes mortos ou aprisionados em 1945.

Espanha e Portugal também tiveram regimes fascistas, mas por terem mantido alguma “neutralidade” durante a segunda guerra mundial, conseguiram manter-se até a década de 1970.

Não há estatísticas das quantidades de vítimas dos regimes fascistas, porém acredita-se terem sido assassinadas mais de 100 mil pessoas nos três países.


NAZISMO
Tendo perdido a guerra de 1914 a 1918, a Alemanha entrou numa grande crise econômica, que ensejou a criação do “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães”, liderado por Adolf Hitler, grande admirador de Mussolini, ditador fascista italiano.


O nazismo usou o argumento de que somente um governo forte e autoritário teria condições de promover o desenvolvimento econômico e social necessário para tirar a Alemanha da crise causada pela perda da guerra. Houve rígido controle sobre a população.

Uma das primeiras ações do regime nazista foi o desarmamento da população civil, com rígida proibição da posse de arma pelos cidadãos, com punições muito severas para os transgressores, inclusive pena de morte, o que acontecia frequentemente.

Foram implementadas políticas de supremacia racial, com perseguição a raças consideradas inferiores, como Judeus e Ciganos, cujas populações foram perseguidas, assassinadas e dizimadas.

O símbolo do nazismo é a cruz suástica e o lema era “A Lealdade a Hitler é Minha Honra”. A saudação geral era “Salve Hitler

As características da ideologia nazista foi o rígido controle da população por meio da propaganda maciça, com uso de jornais, revistas, rádio e do cinema para propagar os benefícios providos pelo regime nazista.

Calcula-se terem sido assassinadas mais de 10 milhões cidadãos alemães, judeus e ciganos no período de 1933 a 1945, além das mortes causadas pelas guerras contra a União Soviética e aliados ocidentais.

ISLAMISMO
O islamismo foi fundado no século sétimo, em Mecca (na atual Arábia Saudita), por Maomé e tem como conceito fundamental a submissão completa dos fiéis ao Islã, devendo seguirem rigorosamente os ensinamentos supostamente revelados por Allah ao Profeta, conforme interpretação das autoridades religiosas. A palavra Islã, em árabe, significa “submissão completa”.


Os “cinco pilares” do Islã são:
·          - professar e aceitar o credo (Chacado);
·         Oração - orar cinco vezes por dia (Salá);
·         Caridade - doar dinheiro aos necessitados (Zakat);
·         Jejum - observar as obrigações do Ramadã (Saum);
·        Peregrinação - fazer a peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida (Hajj).

O islamismo foi incluído aqui como um dos regimes coletivistas em razão da religião ter uma forte componente político-ideológica associada a um conjunto universal de leis e regras, regulamentando a vida religiosa e civil de seus seguidores.

Em praticamente todos os países onde o Islã é a religião predominante a obediência à Lei Islâmica (Sharia) é obrigatória.


Mesmo nos países menos fundamentalistas, como Turquia, Marrocos, Indonésia e Malásia, existem Conselhos Religiosos com poder de veto a leis promulgadas pelos parlamentares se forem consideradas não alinhadas à religião.

Após a morte de Maomé, no ano de 632, houve violenta disputa de poder entre parentes e seguidores do Profeta, causando a cisão da religião, tendo de um lado os “sunitas”, que compõem praticamente a totalidade da população da Arábia Saudita e predominam nos demais países muçulmanos, exceto o Irã e Iraque, nos quais predomina o ramo adversário “xiita”.

A disputa entre sunitas e xiitas está por trás de quase todos os conflitos que ocorrem no oriente médio, inclusive o Estado Islâmico, de forte orientação sunita.

O islamismo é o único regime coletivista que ainda não fracassou, porque enquanto houver populações “não-muçulmanas” no mundo, seus seguidores terão uma forte razão de vida: exterminar todos os “infiéis” que não se submeterem ao Islã. Basta ver a quantidade de atentados suicidas que ocorrem atualmente em todo o mundo.

O Islamismo não é um regime coletivista puro, pois concede a seus seguidores várias “compensações” por sua lealdade, permitindo a posse de propriedades, escravos, várias esposas e a prática da pedofilia. É um regime predominantemente machista e considera as mulheres como cidadãs de segunda categoria.

O Dr. Bill Warner, especialista em Islã, estima terem sido assassinadas mais de 270 milhões de pessoas nos 1400 anos de existência do islamismo.


Algumas Características Comuns.
Regimes coletivistas têm várias coisas em comum, todos eles exigem e valorizam acima de tudo a lealdade, fidelidade, obediência incondicional e submissão inquestionada, razão pela quais são incompatíveis com a democracia e liberdade de expressão. Glorificam e veneram alguns líderes carismáticos, vivos ou falecidos.

Em sua estrutura de governo possuem um poder executivo ostensivo oficial muito forte e autoritário, com componentes ocultos de propaganda, inteligência e repressão. Contam com o apoio de forças armadas muito fortes, geralmente brutais. Tentam de todos os modos “reconstruir” a história, suprimindo eventos históricos prejudiciais e relegando ao ostracismo lideranças caídas em desgraça.

Dedicam muita energia na supressão de expressões de nacionalismo, tradições regionais étnicas e religiosas.

A história tem mostrado que a disciplina doutrinária obrigatória para todos cidadãos comuns não é aplicada à elite dirigente de regimes coletivistas, que usufruem de propriedades, liberalidades, regalias e riquezas em níveis inimagináveis terem os dirigentes dos mais prósperos países capitalistas.


                                                                                             Luigi B. Silvi


Contato: spacelad43@gmail.com


NOTA:
Este texto sucinto foi coletado em pesquisas para conhecimento pessoal e não tem quaisquer pretensões além de colocar à disposição de outras pessoas a coletânea resumida organizada por mim.

Alguns links de vídeos e textos relacionados ao assunto:

Bill Whittle fala sobre comunismo, fascismo, nazismo:

Texto sobre a história do Islã:

Brigitte Gabriel fala sobre a história da Islã:

Lula fala do projeto URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina):

Depoimentos de integrantes da "resistência à ditadura" no Brasil:




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