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Uma Breve História das Religiões

UMA BREVE HISTÓRIA DAS RELIGIÕES
(Atualizado em 02/10/2016)


Desde tempos imemoriais até os dias de hoje, os grupos de seres humanos sempre tiveram algum tipo de guia espiritual exercendo influência no comportamento das pessoas comuns e em seus líderes.

Todas as religiões oferecem algum tipo de benefício espiritual ou até mesmo material neste mundo e benefícios ainda maiores no outro mundo ou em reencarnações. Para isto, basta que o fiel cumpra os rituais e siga as orientações das autoridades religiosas.

Atualmente algumas das principais religiões praticadas no mundo são: Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Budismo, Hinduísmo e Xintoísmo.



1. Judaísmo

O Judaísmo presta culto ao Deus revelado a Abrahão, personagem que teria vivido cerca de 1800 anos antes de Cristo, cujos ensinamentos estão escritos no Torá, principal livro sagrado dos Judeus e em outros textos sagrados.

Entre os principais ensinamentos dos Judaísmo está a “Regra de Ouro”, que diz “não faça aos outros o que não deseja que façam a você mesmo” e os Dez Mandamentos (1° Amar a Deus sobre todas as coisas; 2° Não tomar o nome de Deus em vão; 3° Observar os domingos e festas de guarda; 4° Honrar pai e mãe; 5° Não matar; 6° Não pecar contra a castidade; 7° Não furtar”; 8° Não prestar falso testemunho; 9° Não desejar a mulher do próximo; l0° Não cobiçar as coisas alheias).

Como rito de passagem, os meninos têm removida a pele que envolve a glande do pênis num ritual chamado de circuncisão. Os rituais religiosos são praticados por “Rabinos”.

Não há registros históricos de que o Judaísmo tenha sido imposto à força a algum povo, pelo contrário, os registros indicam serem impostas várias condicionantes para ser admitido na religião.

Embora a conversão ao Judaísmo não seja algo muito simples e comum, o abandono da religião não traz maiores consequências aos apóstatas, a não ser o natural afastamento do convívio com os praticantes.

O Judaísmo é a principal religião apenas em Israel, sendo praticada por pouco mais de 15 milhões de pessoas no mundo todo, basicamente por Judeus e conversos.


2. Cristianismo

O Cristianismo é derivado do Judaísmo pela reforma realizada por Jesus Cristo, considerado “Filho de Deus” e não um simples Profeta, pela simplificação e popularização dos ensinamentos da Religião de Abrahão.


Além do “Velho Testamento”, correspondente ao Torá Judaico, modificado e adotado pelos Cristãos, foi acrescentado um “Novo Testamento”, contendo os “Evangelhos” e outros ensinamentos agrupados na Bíblia, o Livro Sagrado dos Cristãos.

O Cristianismo também adota a “Regra de Ouro” e os Dez Mandamentos do Judaísmo. 

Os rituais religiosos do Cristianismos são celebrados por Padres, Freiras, Pastores, Pastoras ou Ministros e Ministras, conforme o ramo da religião à qual pertencem.

A adesão ao Cristianismo é muito simples, bastando passar a frequentar a Igreja ou Templo, cumprir as obrigações religiosas e praticar os rituais próprios de religião.

Embora no passado a religião tenha sido imposta a povos conquistados, já a bastante tempo isso não é praticado.

Apesar dos esforços dos dirigentes da Igreja Católica e Apostólica Romana, o catolicismo teve várias dissidências ao longo do tempo, por grupos que não reconheciam a autoridade do Papa e divergiam de aspectos relacionados à prática da religião. As principais dissidências foram: a criação de Igreja Anglicana por Henrique VIII da Inglaterra e a Reforma de Martin Lutero, na Alemanha, ambas no século 16.

O Cristianismo teve seu apogeu nos séculos 19 e 20, estando atualmente em grave crise de identidade, com muitos sacerdotes adotando um alinhamento político marxista, além dos diversos escândalos que estão acontecendo, principalmente na Igreja Católica.

O abandono do Cristianismo não traz maiores consequências aos apóstatas.

O Cristianismo é ainda a religião praticada por maior quantidade de pessoas no mundo todo. São 2,2 bilhões de praticantes, constituindo cerca de 30% da população mundial.


3.   Islamismo

O Islamismo foi fundado por Maomé, no século sexto, em Mecca (Arábia Saudita). Trata-se de uma religião monoteísta derivada inicialmente da religião do Patriarca Abrahão.

 Com as muitas modificações introduzidas por Maomé e por seus discípulos, tornou-se fundamentalmente muito diferente, fazendo que Allah não seja mais aparentemente o mesmo Deus de Abrahão. Por exemplo, não adota a “Regra de Ouro” (não faça aos outros o que não deseja que façam a você mesmo) e os “Dez Mandamentos”.

Os principais textos sagrados do Islã são: O Corão (A Recitação), a Sunnah (Caminho de Maomé) e os Hadiths (Narrativas).

Tem como base os Cinco Pilares do Islã: 1. (professar e aceitar o credo); 2. Oração (orar cinco vezes por dia, voltado para Mecca); 3. Caridade (doar dinheiro aos necessitados); 4. Jejum (observar as obrigações do Ramadã); 5. Peregrinação (peregrinar a Mecca, pelo menos uma vez na vida, se tiver condições).

As autoridades religiosas islâmicas são chamadas de Imam, Mullah ou Yatollah, variando de uma região para outra.

Inicialmente o islamismo expandiu-se rapidamente por meio de guerras “jihadistas”, tendo sido imposto em praticamente todos os territórios conquistados, nos quais anteriormente eram praticadas outras religiões. Teve seu apogeu no século 16, tendo passado por um longo período de decadência, mas está agora aparentemente em nova fase de expansão, tendo penetrado significativamente na maioria dos países europeus por meio de imigração maciça de prolíficos muçulmanos do Oriente Médio e norte da África.

O islamismo é muito criticado pelos atentados sangrentos praticados por muçulmanos fundamentalistas, revivendo a Jihad (guerra santa) de tempos passados. Calcula-se que os métodos violentos da expansão do Islã já tenham ocasionado a morte de mais de 270 milhões de pessoas nos seus 1400 anos de existência.

Além de ser uma religião, o Islã é principalmente um sistema completo de regulamentação da vida dos fiéis, que devem seguir os ensinamentos de Maomé, conforme interpretação dos textos sagrados pelas autoridades islâmicas. Mais detalhes podem ser vistos no texto "Uma Breve História do Islã".

Fato curioso a respeito do Islã é a proibição de reprodução em imagens de quaisquer seres vivos, razão pela qual são muito raras as imagens de Maomé e de seus discípulos.

Após a morte de Maomé houve grande disputa pelo poder entre os descendentes e discípulos do Profeta, causando uma cisão que dura até os dias atuais, gerando confrontos violentos entre as facções Sunita e Xiita

Os muçulmanos sunitas são maioria na Arábia Saudita e em todos os países de predominância muçulmana, exceto no Irã e Iraque, onde a maioria pertence ao ramo xiita.

O abandono do Islã não é permitido, sendo as tentativas de abandono passíveis de punições muito severas, podendo chegar inclusive à pena de morte aos apóstatas.

O islamismo é praticado por mais de 1,6 bilhão de pessoas em todo o mundo, perfazendo cerca de 23% da população mundial.


4.   Budismo

O Budismo tem como base os ensinamentos de Siddharta Gautama, o Buda, nascido no ano 600 antes de Cristo. Consiste na procura pela realização plena da natureza humana. A existência é ciclo um contínuo de morte e renascimento e as vidas presentes e passadas são interligadas.

É uma filosofia ou religião não teísta (sem deuses) que abrange diversas tradições, crenças e práticas geralmente baseadas nos ensinamentos de Buda.

As bases das tradições e práticas são as Três Joias: O Buda (como seu mestre), o Dharma (ensinamentos baseados nas leis do universo) e a Sangha (a comunidade budista). Encontrar refúgio espiritual nas Três Joias ou Três Tesouros é, em geral, o que distingue um budista de um não budista. Outras práticas podem incluir a renúncia convencional de vida secular para se tornar um monge ou monja.

O alcance da libertação completa do sofrimento (Nirvana) exige conduta correta descrita nos oito caminhos do Budismo:
1. Visão correta (Enxergar a realidade como ela é, não como ela parece ser);
2. Intenção correta (Intenção de renúncia, libertação e inofensividade);
3. Fala correta (Falar de forma verdadeira e não agressiva);
4. Ação correta (Agir de forma não agressiva);
5. Viver corretamente (Viver de forma não agressiva);
6. Esforço correto (Esforçar-se para melhorar);
7. Atenção correta (Estar atento para enxergar as coisas com a consciência livre); 
8. Concentração correta (Correta meditação e concentração).



O abandono da religião não traz maiores consequências para os apóstatas.

Calcula-se existirem atualmente cerca de 400 milhões de adeptos do Budismo, localizados principalmente na Índia, Tibet, China e Japão, perfazendo cerca de 6% da população mundial.


5.   Hinduísmo

O Hinduísmo é um tipo de união de crenças com estilos de vida. Sua cultura religiosa é a união de tradições étnicas. Tem origem em aproximadamente 3000 antes de Cristo na antiga cultura Védica.

Trata-se de uma religião politeísta, sendo seus principais deuses: Brahma (Força criadora do Universo); Ganesha (Sabedoria e sorte); Matsya (Salvador da espécie humana); Sarasvati (Artes e da música); Shiva (Deus supremo, criador da Ioga), Vishnu (Responsável pela manutenção do Universo).

Os seguidores do Hinduísmo devem respeitar as coisas antigas e a tradição; acreditar nos livros sagrados; crer nas divindades; persistir no sistema das castas (determina o status de cada pessoa na sociedade); ter conhecimento da importância dos ritos; confiar nos guias espirituais e, ainda, acreditar na existência de encarnações anteriores.

O nascimento de uma pessoa dentro de uma casta é resultado do karma produzido em vidas passadas. Somente os brâmanes, pertencentes as castas "superiores" podem realizar os rituais religiosos hindus e assumir posições de autoridade dentro dos templos.

O abandono da religião não traz maiores consequências aos apóstatas, a não ser sua exclusão do convívio dos praticantes.

Existem cerca de 900 milhões de Hindus, compondo mais de 80% da população da Índia e Nepal e cerca de 13% da população mundial. Existe grande número seguidores também no Nepal, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka e Indonésia.


6.   Xintoísmo

Xintoísmo é uma crença religiosa que surgiu no Japão arcaico, formada por uma série de lendas e mitos que explicam a origem do mundo, da vida e da família imperial japonesa.


O xintoísmo é uma religião baseada no respeito e culto da natureza, sendo considerada uma grande aliada e imprescindível para a existência da vida na Terra. A relação homem-natureza é o ponto central do xintoísmo.

É uma crença panteísta (de múltiplos deuses), ou seja, acredita que todos os elementos são Deus (é composto pelas substâncias, forças e leis da natureza). Desta forma, existem vários deuses (kamis), cada um responsável por um elemento específico da natureza e do Cosmos.

Os deuses podem ter as mais variadas formas: seres humanos, animais, tempestades, pedras, rios, estrelas, no entanto, a principal divindade do xintoísmo é a deusa do Sol Amaterasu Omikami, que, de acordo com a lenda, nasceu a partir do olho esquerdo do deus da criação, Azanagui.

Estudiosos chegam a desconsiderar o xintoísmo como uma religião, pois ela não possui um dogma estabelecido, uma escritura de leis, código moral ou mesmo um autor ou profeta fundador, como as outras religiões.

O que faz do xintoísmo uma das mais importantes religiões do mundo é sua influência sobre os mais variados aspectos da vida de seus seguidores, que adotam a filosofia xintoísta em seus cotidianos mesmo que tenham outros tipos de crenças.

O abandono da religião não traz maiores consequências aos apóstatas.

O Xintoísmo tem cerca de 120 milhões de adeptos, localizados principalmente no Japão, perfazendo aproximadamente 2% da população mundial.


                                                                          Luigi B. Silvi

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Contato: spacelad43@gmail.com


NOTA:
A intenção deste texto é apenas dar uma ideia geral muito sucinta sobre as principais religiões praticadas atualmente, sem maiores pretensões a não ser de facilitar o conhecimento de suas características fundamentais.

Para uma visão da expansão geográfica das principais religiões no período de 3000 a.C até 2000 d.C., clique Neste Link .

Para uma visão um pouco mais detalhada do islamismo e outras indicações, 




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