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Dar al Harb - Terra da Espada

Dar al-Harb – Terra da Espada 

 por Peter Townsend

Recentemente surgiu uma fotografia de um edifício numa área sob controle do Estado Islâmico (ISIS). Na parede está escrito em spray a declaração: “O Estado Islâmico não tem fronteiras, somente frentes de combate!”  Isto captura sucintamente a ideia islâmica venerável de que o mundo é dividido em duas regiões, “A Terra do Islam” (Dar al-Islam) e a “Terra da Espada” (Dar al-Harb).

Diferentemente das outras palavras e conceitos neste livro, a frase “Terra da Espada” não pode ser ligada diretamente ao Corão e hadiths. Ela é, em vez disso, uma tentativa feita por gerações posteriores de estudiosos para definir e codificar a atitude dos residentes da “Terra do Islam” em relação aos que ainda não foram subjugados pela mensagem de Maomé (veja, por exemplo, o proeminente manual sunita de jurisprudência, “O Guia do Viajante”[1]). Ele se tornou a principal maneira pela qual milhões de muçulmanos veem o mundo.
  
O ponto principal de diferenciação da “Terra do Islam/Terra da Espada” é o fato que as terras muçulmanas não devem ficar satisfeitas em viver em paz duradoura com países e territórios fronteiriços. Tréguas temporárias podem ser celebradas, mas “O Guia do Viajante” deixa claro que governantes muçulmanos e indivíduos vivendo em territórios fronteiriços com descrentes, devem esforçar-se bastante para estender geograficamente o domínio do Islam. Essa é a razão da existência do graffiti do Estado Islâmico declarando só ter “frentes de combate” e não fronteiras.
Seria a divisão “Terra do Islam/Terra da Espada” uma simples e antiquada curiosidade da história da jurisprudência islâmica? Certamente que não! Uma simples vista ao mapa do mundo demonstra claramente que é perigoso viver num país de maioria não-muçulmana fazendo fronteira com um país dominado por muçulmanos. Como Samuel Huntingdon estabeleceu em seu livro “Conflito de Civilizações e a Chegada da Nova Ordem Mundial”, o Islam só tem fronteiras sangrentas.

A seguinte é apenas uma breve explanação de áreas onde o Islam faz fronteiras com países de maioria de seguidores de outras religiões ou ideologias e os conflitos existentes:
   Islam fronteiriço com Cristãos e Religiões Tribais na África: Insurgência por “Boko Haram” na Nigéria, décadas de jihad no Sudão do Sul, repetidos ataques por “Al-Shabab” no Quênia. 
 Islam fronteiriço com Hinduísmo: Décadas de conflito na fronteira da Índia e Paquistão e em Jammu e Kashmira.
 Islam fronteiriço com Cristãos Orientais Ortodoxos: Sangrenta revolução no Cáucaso (e.g. Chechênia)
  Islam fronteiriço com a Civilização Chinesa: Contínua campanha dos muçulmanos na província ocidental de Xinjiang, na China. 
  Islam fronteiriço com Budismo no Sudeste da Ásia: Sangrenta insurgência no sul da Tailândia, lançada por aqueles que desejam criar uma Estado Islâmico no sul. 
 Islam fronteiriço com Judaísmo: Décadas de intifadas, com fortes tonalidades religiosas (e.g. Hamas nega o direito de existência de Israel, com argumentos do Corão e hadiths).
  Islam fronteiriço com Catolicismo no Sudeste da Ásia: Intratável e sangrento conflito nas Filipinas, novamente com objetivo de criação de um Estado Islâmico no sul do país.    

Esta breve e incompleta explanação deixa claro que Huntingdon está inteiramente correto em sua afirmação que o “Islam só tem fronteiras sangrentas”. A ideia da “Terra da Espada” é, assim, ainda viva e muito bem. De fato, uma das mais confiáveis previsões é da existência de conflitos em países com vizinhos de maioria muçulmana. Esse poder da ideia da “Terra da Espada” de inspirar tais conflitos, deveria ser honestamente reconhecida por aqueles que tem a responsabilidade de combater e administrar tais conflitos.



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Contato: spacelad43@gmail.com

NOTAS:
Extraído do livro “Árabe para Descrentes – 8 palavras que todo o não-muçulmano deve conhecer”, de Peter Townsend, que pode ser obtido gratuitamente em pdf de 50 páginas no link:


O original em inglês está no site: www.questioning-islam.com




[1] Ahmad ibn Naqib al-Masri & Nuh Ha Mim Keller. (1997). Reliance of the Traveller: The Classic Manual of Islamic Sacred Law Umdat Al-Salik. (p. 944, w43.2). Beltsville, MD:  Amana Corporation.







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