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Ahl al-Kitāb – Povo da Bíblia (Judeus e Cristãos)

Ahl al-Kitāb – Povo da Bíblia  (Judeus e Cristãos) 
por Peter Townsend

Qualquer um que tenha participado de algum evento de divulgação de uma mesquita, aberto para não-muçulmanos, estará familiarizado com o termo “Povo da Bíblia”. Trata-se de uma categoria especial de monoteístas (Judeus e Cristãos), de acordo com o Corão.
  
 Isso supostamente “prova” que os adeptos dessas religiões nada têm a temer da presença do Islam. Há, no entanto, vários problemas com esse confortável sentimento. Considere o seguinte:

Significativa proporção da população ocidental não pode ser descrita como pertencente ao “Povo da Bíblia”, por mais que se exercite a imaginação. Existem muito habitantes do ocidente que não pertencem ou praticam qualquer religião (ateístas e agnósticos), assim como muitas pessoas (budistas e hindus), classificados como idólatras pela teologia islâmica.

Essa gente não pode ser classificada como “Povo da Bíblia” e fica num segmento de tratamento mais severo dirigido aos descrentes “totais”. Assim, mesmo que se pudesse provar que o “Povo da Bíblia” goza de igualdade com os muçulmanos, de acordo com a teologia tradicional muçulmana (que não é o caso, como veremos) isso ainda deixa grande parte da sociedade ocidental como inimiga, pelos ensinamentos do Corão.

Aqueles chamados de “Povo da Bíblia” não estão isentos das maldições e desprezo de Allah. Aqueles que acreditam que o “Povo da Bíblia” somente segue por um caminho diferente e devem por isso serem aceitos como iguais aos muçulmanos, serão rapidamente desiludidos dessa noção depois de abrirem o Corão. Aqui estão alguns versos relevantes:

  • “Os Judeus e Cristãos nunca ficarão satisfeitos contigo a não ser que sigas a forma de religião deles. O Caminho de Allah é o [único] guia. Não podes atender os desejos deles depois que o verdadeiro conhecimento chegou a ti e não podes tê-los como protetor e ajudador alguém contra Allah”. (Corão 2:120);

  • “Eles são boas pessoas, evoluem pela humanidade, seguem o que é certo, proíbem o que é errado e acreditam em Allah. Se o Povo da Bíblia tem fé, é bom para eles; entre eles existem os que tem fé, mas a maioria deles é pervertida”. (Corão 3:110);

  • “Mas pelo fato deles terem rompido a aliança, nós os amaldiçoamos e tornamos frios seus corações; eles alteraram os lugares das palavras e negligenciaram uma porção daquilo que lhes fora recomendado; e você sempre descobrirá traições se aceitar algo deles; então perdoa-os e afaste-se deles; certamente Allah ama aqueles que fazem o bem aos outros”. (Corão 5:13);

  • “Ó você que crê! Não tome nenhum dos Judeus o Cristãos como amigo e protetor; Eles só são amigos e protetores entre eles. E quem de vocês se dirigir a eles em amizade será um deles. Certamente Allah não guiará pessoas injustas”. (Corão 5:51);

  • “Ele disse: Ó Povo das Escrituras! Acusam-nos de alguma coisa além do fato de acreditarmos em Allah, revelado a nós em tempos remotos ou só porque a maioria tem uma vida inútil?” (Corão 5:59);

  • “Blasfemam quando dizem que Allah é Cristo o filho de Maria. Mas disse Cristo: Ó filhos de Israel! Adorem Allah, meu Senhor e vosso Senhor. Todos os que juntam outros deuses com Allah serão proibidos de entrar no paraíso e o fogo será a casa deles. Não haverá salvação para os malfeitores”. (Corão 5:72);

  • “Para aqueles que rejeitam [a Verdade] junto ao Povo da Bíblia e dos politeístas, haverá o fogo do inferno para os acolherem. Eles são as piores criaturas”. (Corão 98:6);

  • “Você certamente encontrará que os inimigos mais intensos contra os crentes são os Judeus e aqueles associados a outros [deuses] e não a Allah”. (Corão 5:82).

Os hadiths (tradições) predizem a total derrota e conversão forçada do “Povo da Bíblia”. De acordo com a coleção de “hadiths”, o “Povo da Bíblia” caminha para um destino terrível, não somente na eternidade, mas também aqui e agora:

· “O Apóstolo de Allah disse: Por Ele em Cujas Mãos está minha alma, certamente [Jesus], o filho de Maria, logo descerá entre vós e julgará a humanidade justamente (como Justo Juiz); Ele quebrará a Cruz e matará os porcos e não haverá “Jyzya” [taxa de submissão para não-muçulmanos]. (Sahih Buckhari 4:55:67). A referência à ausência de ”Jyzya” no final, significa que Judeus e Cristãos são forçados a aceitar o Islam, não restando, portanto, nenhum não-muçulmano para pagar a taxa de submissão.

·  O Corão dedica particular ódio ao povo Judeu, declarando mesmo que alguns deles foram transformados em “macacos e porcos” (Corão 7:166).  Os hadiths sobem ainda mais o tom assassino: “Abu Huraira reportou ao Mensageiro de Allah (a Paz esteja com Ele), dizendo: A última hora [Juízo final] não chegará até que os Muçulmanos lutem contra os Judeus e os matem, até que os Judeus se esconderão atrás de uma rocha ou de uma árvore, e a rocha ou a árvore dirá: Muçulmanos, ou servos de Alá, tem um Judeu atrás de mim; venham matá-lo; Mas a árvore Gharqad [Lycium] não dirá isso, porque ela é uma árvore dos Judeus.” (Sahih Muslim 4:41:6985). [Nota do Tradutor: Isso foi escrito muitos séculos antes da criação do Estado de Israel]. Longe de ser apenas uma curiosidade histórica, esta tradição é observada como normativa por milhões de muçulmanos. Está escrita, por exemplo, no fascículo de descrição dos direitos proclamados pelo grupo Hamas [Autoridade da Faixa de Gaza]. 


O “Povo da Bíblia” não é isento de ser alvo do Jihad. Está claro agora não haver muitos benefícios em ter o duvidoso status de “Povo da Bíblia”. Talvez possam sentir-se salvos de ataques dos muçulmanos? Não muito: “Combata aqueles que não creem em Allah, nem no Último Dia, nem possuam o proibido ou o que foi proibido por Allah e Seu Mensageiro, nem quem não conheça a religião da Verdade, [mesmo que sejam] do Povo da Bíblia, até que paguem a “Jyzia” por submissão voluntária, ou sentirem-se eles próprios subjugados.” (Corão 9:29). Este verso clama por violentos ataques contra Judeus e Cristãos até que eles se convertam ao Islam ou sejam subjugados e “sintam-se eles próprios subjugados”. Faz parte do último capítulo do Corão [cronologicamente] e por isso tem um enorme peso teológico. Muitas autoridades em Escrituras acreditam que eles suprimem todos os versos anteriores sobre convivência pacífica de Muçulmanos com Judeus e Cristãos.

O “Povo da Bíblia” deve viver como cidadão inferior sob domínio muçulmano. O verso 9:29 do Corão deixa claro que o “Povo da Bíblia” deve ser subjugado e deve “sentir” sua subjugação. Sua posição em relação aos muçulmanos, portanto, certamente não é igualitária, mas sim uma sob a qual serão sempre lembrados de seu status inferior. Isso é formalizado pela instituição da “dhimma”, nossa próxima palavra.

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Contato: spacelad43@gmail.com

NOTAS:
Extraído do livro “Árabe para Descrentes – 8 palavras que todo o não-muçulmano deve conhecer”, de Peter Townsend, que pode ser obtido gratuitamente em pdf de 50 páginas no link:


O original em inglês está no site: www.questioning-islam.com

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