A ERA DO JORNALISMO
NEUTRO ACABOU
(atualizado em 03/08/2016)
Dmity Kyseliov |
“A era do jornalismo neutro acabou”, respondeu o jornalista
russo Dmitry Kyseliov, ao ser acusado pelo jornalista de BBC de somente
divulgar notícias favoráveis à Putin e à Russia e desfavoráveis aos países
ocidentais. Ele retrucou mostrando ao entrevistador, reportagens da BBC
divulgando notícias com viés muito desfavoráveis à Russia e favoráveis aos
países ocidentais. Vídeo da reportagem (em inglês).
Infelizmente o que ele diz é verdade. Atualmente qualquer
jornalista principiante faz comentários pessoais sobre qualquer assunto que
esteja cobrindo, com viés favorável às suas preferências políticas, sociais,
religiosas ou regionais. A ênfase deixou de ser a notícia real, mas sim o jornalista emitindo sua versão pessoal da ocorrência.
Dia 26/07/2016, dois terroristas '"jihadistas" islâmicos invadiram uma igreja na França, fizeram reféns, degolaram o Padre Jacques Hamel, de 86 anos e feriram gravemente mais duas pessoas. A polícia foi chamada e matou os dois terroristas "jihadistas" muçulmanos. A manchete do jornal foi "Homens invadem igreja na Normandia e matam padre. Os dois eram franceses e foram mortos pela polícia. Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado”. (link da reportagem).
Padre Jacques Hamel |
Dia 26/07/2016, dois terroristas '"jihadistas" islâmicos invadiram uma igreja na França, fizeram reféns, degolaram o Padre Jacques Hamel, de 86 anos e feriram gravemente mais duas pessoas. A polícia foi chamada e matou os dois terroristas "jihadistas" muçulmanos. A manchete do jornal foi "Homens invadem igreja na Normandia e matam padre. Os dois eram franceses e foram mortos pela polícia. Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado”. (link da reportagem).
Recentemente assisti um documentário (em inglês) do jornalista da CNN, Fareed Zakaria, “Why they hate us” (Por que eles nos
odeiam), descrevendo a situação do terrorismo islâmico internacional, com
entrevistas e estatísticas. Acho até que ele fez esforços para parecer neutro,
mas não conseguiu evitar a parcialidade favorável ao Islã. Na ocasião eu não sabia
sua nacionalidade e religião, mas inferi claramente ser muçulmano ou
simpatizante. Ao pesquisar depois da reportagem, li ter ele nascido na Índia e
estar residindo nos Estados Unidos e é... muçulmano!
Num trecho da reportagem ele mostra declarações de pessoas favoráveis e também de pessoas críticas do Islã, como Brigitte Gabriel, que numa entrevista (vídeo legendado), ela cita que dos 1,2 bilhão de muçulmanos, cerca de 300 milhões são radicais e estão dispostos a assassinar pessoas por sua fé. Fareed corrige dizendo que os muçulmanos radicais são cerca de 100 a 200 mil, mas não diz que mesmo 100 mil pessoas dispostas a matar por sua fé é um número muito grande e assustador. Estaria entre os 10 maiores exércitos do mundo, formado por “soldados-suicidas” (Uma Breve História do Islã).
Faz muitas inserções e omissões favoráveis ao Islã, sendo
que, ao final, pede que os muçulmanos não sejam julgados coletivamente, mas sim
individualmente, no sentido de não condenar o Islã pelas ações de cerca de 100
mil seguidores fanáticos e assassinos!
Assisti várias reportagens sobre o assassinato de três
policiais e ferimento de outros três em Baton Rouge (EUA), por um homem negro.
Praticamente todas as reportagens que assisti entremeavam a cobertura do evento
com reportagens anteriores da morte de negros por policiais brancos ou com
manifestações de negros contra a violência policial, quase justificando o
assassinato dos três policiais. Um dos assassinados era negro, por sinal.
Vídeo legendado com algumas reportagens.
A televisão é o veículo de comunicação onde as reportagens
enviesadas são mais perversas. Fazem pequenas inserções e omissões, retiram
alguns segundos desfavoráveis da matéria e assim por diante. Usam frases
neutras quando lhes convém.
Por exemplo, na cobertura do assassinato premeditado de mais
de 80 pessoas e ferimento de mais de 100 outras, por um terrorista muçulmano em
Nice (França), a chamada do Jornal Nacional era “MOTORISTAS ATROPELA DEZENAS DE
PESSOAS EM NICE”, fazendo parecer tratar-se de um simples acidente de trânsito.
Durante a reportagem explicavam que o homem estava deprimido, havia sido
despedido do emprego e tinha problemas conjugais, quase justificando os
assassinatos. Alertavam não haver ligações dele com grupos terroristas e que
não devíamos precipitar-nos em tirar conclusões apressadas.
Um massacre no Japão teve 19
mortos e 25 feridos, mas para correspondente da Globo não foi tão ruim assim,
pois o assassino usou uma faca. Se fosse com uma arma de fogo teria sido muito
pior, segundo ele. Leia a reportagem
aqui.
As reportagens sobre
o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines em 2014, no qual morreram 266
pessoas, sempre mencionavam não haver indícios de terrorismo e que o piloto era
muito boa pessoa, excelente marido e pai. Em raras ocasiões mencionavam ser
muçulmano.
Pois
é, agora em julho de 2016, saiu a notícia da “descoberta” de que algumas
semanas antes do desaparecimento do avião, o piloto havia usado um simulador de
voo fazendo aquela mesma rota do oceano Índico, reforçando a hipótese de
suicídio. Reportagem aqui. Assim mesmo, varias notícias sobre sobre esta "nova" descoberta, enfatizam não haver comprovação que o piloto cometera suicídio.
Um jornalista carioca pode atenuar a notícia de um massacre
no Rio de Janeiro, lembrando logo a seguir, de um massacre semelhante ocorrido anteriormente
em São Paulo, diluindo a notícia da violência no Rio de Janeiro. A Rede Globo
faz muito isso. Um jornalista paulista pode fazer o contrário. E assim por
diante.
Devido existir um grande número de jornalistas
socialistas-progressistas, em geral, a tendenciosidade é favorável às “minorias
desfavorecidas” (negros, pobres, homossexuais, muçulmanos, mulheres, socialistas-progressistas, operários, indígenas e outras) e desfavoráveis a empregadores, heterossexuais,
conservadores, homens brancos, mulheres bem-sucedidas, pessoas evangélica,
padres, pastores e outros.
Jornalistas de direita também fazem jornalismo tendencioso,
mas como são em menor número, quase não têm impacto geral.
Felizmente existem as redes sociais, nas quais pode-se ler
de tudo em várias versões, resumidas, extensas, tendenciosas, jocosas,
eruditas, falsas, verdadeiras, mas pelo menos temos a opção de escolha,
inexistente nos noticiários televisivos. As quatro grandes emissoras (Globo,
Record, Band e SBT) são muito dependentes de propaganda oficial e da
necessidade de aumentar a audiência, então, têm que levar ao ar notícias atenuadas
de eventos desfavoráveis ao governo. As pessoas que publicam notícias nas redes
sociais não são dependentes do governo e muitas, como eu, nada recebem pelo que
fazem, podendo escrever o que quiserem.
Evidentemente já notou que eu também sou tendencioso.
Hehehehe...
Comentários
Postar um comentário