Força
Criadora do Universo Não Anseia Por Adoração
(10/10/2021)
"Imagino que a Força Criadora e mantenedora do Universo não anseia por adoração das insignificantes criaturas que ela mesma criou. Por isso penso que as religiões monoteístas estão igualmente no nível das religiões politeístas."
Imagino
que para essa Força Criadora, considerando o incomensurável tamanho do
Universo, os seres humanos são mais ínfimos do que nós consideramos as
bactérias, praticamente invisíveis no contexto do tamanho do globo terrestre.
Nós
humanos chamamos de Deus a essa Força Criadora.
Desde
os primórdios da humanidade, embora estivesse em todos os lugares, quando
falavam de Deus, apontavam para cima.
Com
a ampliação do conhecimento do cosmos, não cabe mais existir a imagem racional de
que Deus está nesse “céu”, um pouco acima das nuvens. Sobrou então o conceito
de que Deus está em todos os lugares do Universo.
Penso
que a humanidade é uma exceção no Universo, pois os astrônomos descobriram
recentemente que a maior parte dos bilhões e bilhões de planetas giram em torno
de mais de uma estrela, o que dificulta e existência de vida, em razão das
extremas diferenças gravitacionais a que os planetas são submetidos, quando
suas órbitas os levam a passar perto de alguma dessas estrelas.
Em
1972 a NASA lançou ao espaço a nave Pioneer 10, contendo uma placa de ouro com
diversas informações sobre a Terra e seus habitantes, na esperança de que
alguma civilização extraterrestre a encontre e entre em contato conosco.
Passados quase 50 anos, a nave ainda está começando a alcançar o limite do sistema solar, mas ainda levará mais de 10 mil anos para sair completamente da influência do sol e entrar no espaço interestelar, encaminhando-se em direção à constelação de Touro.
Essa
ação romântica foi promovida por um grupo de astrônomos, entre os quais
encontrava-se o popular Carl Sagan, criador da série Cosmos, muito
popular no final do século 20.
Com
a descoberta da inexistência de vida na Lua, Marte e outros planetas do sistema
solar, cientistas continuaram com a ideia romântica de encontrar vida
inteligente e dedicam centenas de milhões de dólares com essa finalidade, entre
os quais encontra-se o projeto SETI (Search for Extra-Terrestrial
Intelligence), para “escutar” emissões de rádio indicando a existência de vida
inteligente em outros sistemas estelares.
Também usam outros meios para descobrir planetas em outros sistemas estelares e já identificaram centenas deles orbitando outras estrelas da Via Láctea.
Todos
esses esforços parecem fadados a servirem apenas para a agregação de
conhecimento, sendo infinitesimal a possibilidade de haver qualquer tipo de
identificação ou contato com civilizações extraterrestres num futuro próximo.
Essa baixíssima possibilidade é explicada cientificamente pelo Paradoxo de
Fermi.
O Paradoxo de Fermi é definido como sendo “o
conflito entre a expectativa de alta probabilidade de existência de vida
inteligente em alguma parte do universo e a aparente inexistência de vida que
de fato verificamos na parte do universo por nós observável”.
Cientistas
explicam que a expectativa de que o universo deveria estar cheio de vida
inteligente é devido ao modelo das equações de Drake, que sugere que apesar da baixa probabilidade da existência de vida
em uma determinada parte do universo, ela deve existir em uma ou outra parte
dele, por causa da incontável quantidade de locais potencialmente propícios à
existência de vida.
Uma das
explicações desse paradoxo é que as civilizações podem não durar mais de um
milhão de anos, por serem extintas por algum fenômeno natural, como o choque de
um meteoro, por variações ambientais, vulcanismo ou a autodestruição por
guerras com armas de alta capacidade destrutiva.
No período da
existência de vida civilizada de menos de um milhão de anos, a capacidade de
criação de eventos detectáveis pode não ser muito maior de dez mil anos.
Nas escalas
astronômicas da existência do Universo, a probabilidade da existência
simultânea de duas ou mais civilizações com capacidade de detectar a existência
de outras civilizações nas mesmas condições tecnológicas, em regiões próximas a
uma ou outras é quase insignificante.
Tudo
parece insignificante diante da vastidão do Universo, exceto para os humanos,
que se maravilham com suas descobertas de um ínfima parte do imenso Universo.
Esses
são alguns dos motivos, pelos quais penso que essa Força Criadora não é provida
de uma consciência parecida ou compreensível para nós e que os seres humanos
são criaturas que por acaso evoluíram um pouco mais do que as bactérias.
Isso
tudo não quer dizer que não devamos viver na prática das virtudes cardeais:
prudência, temperança, ética, fortaleza, esperança, justiça, compaixão,
caridade e solidariedade
Luigi Benesilvi
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